Medicina
O AMARANTO E SEU PODER NUTRICIONAL


O AMARANTO E SEU PODER NUTRICIONAL

É crescente a discussão dos benefícios da alimentação natural à saúde. Atualmente há vários estudos que comprovam o poder nutricional dos alimentos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, quando um alimento possui um componente capaz de ajudar no crescimento, desenvolvimento e manutenção das funções normais do organismo humano, ele é chamado de funcional, podendo também ser chamado de nutracêutico, contendo compostos benéficos à saúde e auxiliando na redução de doenças crônico-degenerativas.

Todo alimento natural, ou seja, não processado industrialmente, pode ser classificado como "funcional", uma vez que contém, em doses variáveis, componentes fundamentais à nossa saúde, como vitaminas, minerais, enzimas e fibras, o que parece ser o caso de uma planta originária do Peru que atualmente está na mira dos pesquisadores que buscam determinar suas propriedades funcionais, trata-se do Amaranto (Amaranthus caudatus), que é um pseudocereal pela aparência, da sua semente.

Cultivado principalmente no México, América Central e nos territórios andinos da América do Sul, graças à sua capacidade de se desenvolver bem em solos áridos e pobres, onde outros tipos de cereais normalmente encontram dificuldade para tal, o Amaranto  conhecido como “feijão dos Andes”,vem sendo usado como alimento em regiões de deserto da Austrália e da África e em regiões montanhosas como o Nepal. Já no Brasil, seu cultivo teve inicio a partir de 1996, por uma iniciativa da Embrapa, que constatou sua boa adaptação, principalmente às condições climáticas do cerrado onde é plantada na entressafra de outras culturas para a recuperação do solo.

    Uma das razões pela qual o interesse pelo Amaranto vem crescendo é devido ao seu alto valor nutritivo. O grão possui em torno de 15% de proteína, valor superior ao do trigo e do milho, e sua qualidade biológica pode ser comparada à do leite, já que é rico em lisina, um aminoácido essencial e limitado em outros cereais. Também apresenta alto teor de fibras solúveis (4,2g em 100g) em comparação a outros cereais como o trigo (2,3g em 100g), o milho (2g em 100g) e a aveia (1,9g em 100g). Em relação às gorduras, o Amaranto possui alta porcentagem de ácidos graxos insaturados, benéficos ao organismo.

O Amaranto com seu grande aporte protéico pode ainda ser utilizado como fonte de zinco, fósforo e cálcio, elementos estes pouco encontrado em vegetais, além de ser uma alternativa de consumo para vegetarianos, atletas ou até mesmo para quem tem doença celíaca, pois não contém glúten, ou outras substâncias alergênicas em sua composição. Seu consumo pode ser através de uma diversidade de formas. De suas folhas pode se cozinhar como couve, do grão pode ser extraída a farinha e utilizada nos pães e bolachas ou ainda, ao aquecer estoura como pipoca, sendo utilizado em barras de cereais.

Pesquisas laboratoriais[1] recentes têm mostrado que o Amaranto é capaz de reduzir os níveis de colesterol em animais. Em coelhos, que tiveram os níveis de colesterol aumentados por dieta. Estas pesquisas mostraram que o Amaranto foi capaz de reduzir em até 50% o nível do colesterol total e 55% da fração LDL do colesterol que, em excesso, pode acumular nas paredes dos vasos sangüíneos.

Embora outras pesquisas sobre esta semente estejam sendo feitas, principalmente para descobrir exatamente qual substância é responsável por seu efeito benéfico,os dados que se tem até o momento são bastante promissores.

 

 

Patrícia P.S.Sessegolo

Nutricionista Secovimed

CRN²6601



[1] Laboratório de Bioquímica e Propriedades Funcionais dos Alimentos da Universidade de São Paulo (USP)





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